Brasil bate Equador, mantém 100% com Tite e ganha 'título' da Eliminatória.

Willian atua como titular, mas é Coutinho quem brilha 
na vitória sobre o Equador (Foto: Reprodução/GE)
Os mais de 36 mil torcedores que ocuparam as arquibancadas da Arena tiveram de esperar um bocado para ver algum brilho da Seleção de Tite em sua terra natal, nesta quinta-feira. De fato, foi preciso suportar um primeiro tempo em marcha lenta em meio a uma noite gélida, até saciar toda a expectativa criada pela partida contra o Equador. E graças ao ingresso de Phillipe Coutinho. O meia deixou o banco para mudar a cara da equipe e comandar a vitória por 2 a 0 que garantiu o título simbólico de campeão das Eliminatórias para a Copa de 2018, com direito a um golaço.
Envolto em uma longa negociação para deixar o Liverpool rumo ao Barcelona, Coutinho até vu seu substituto, Willian, ter boa atuação aberto pela direita. Mas o "superou" como protagonista à base de talento puro. E em uma função diferente, centralizado, onde o técnico cogita usá-lo para ter justamente tudo o que apresentou em pouco mais de meia hora de um futebol inteligente, direto e efetivo.
É possível, inclusive, dizer que houve um Brasil antes e outro depois do ingresso do meia. Coutinho entrou na vaga de Renato Augusto, aos 13 da segunda etapa, numa troca que demandou a mudança do habitual 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, com Paulinho recuado ao lado de Casemiro. Com liberdade para atuar atrás de Gabriel Jesus, o camisa 11 fez, de fato, a Seleção jogar, ao dar dinâmica à equipe com toques rápidos e individualidade apenas quando necessário.
A construção do belo gol que anotou em Porto Alegre é prova viva disso. Já aos 30, Coutinho arrancou em velocidade e deu passe açucarado, por elevação, a Gabriel Jesus, que dividiu com o goleiro e desviou de cabeça para encontrar o meia livre dentro da área. A finalização foi mero detalhe à construção coletiva.
O brilho de Coutinho, vale ressaltar, não apaga a boa atuação de Willian, novidade da equipe justamente na vaga do meia. O camisa 19 foi o atleta mais participativo do sistema ofensivo ao longo do primeiro tempo e ainda deu a assistência para o gol de Paulinho, que abriu o placar, em cobrança de escanteio.
Mas para entender o peso e a contribuição direta do meia que ainda pertence ao Liverpool, é preciso falar da primeira hora de partida, sem sua presença em campo. Antes de Coutinho entrar, o Brasil viveu um primeiro tempo e um início de segundo em marcha lenta, com uma certa preguiça para pressionar o Equador. Neymar, aliás, é expoente emblemático disso.
Com liberdade para se movimentar por todo o setor ofensivo, o craque tomou a bola para si e abusou das jogadas individuais, sempre em busca da verticalidade. Em vão. Em uma noite de inspiração nula, o camisa 10 errou tudo o que tentou em 45 minutos iniciais de apenas duas chances: uma com Paulinho, em jogada individual, e outra com Willian, em chute de fora da área.
Tudo ficou mais fácil com o ingresso de Coutinho. Com a vitória, o Brasil chega a 36 pontos e garante o título simbólico de campeão das Eliminatórias - de quebra, Tite ganha uma opção a mais para a equipe. A Seleção volta a campo na próxima terça-feira, às 17h30 (de Brasília), para encarar a Colômbia no Estádio Metropolitano, em Barranquilla, pela 16ª rodada.

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